terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Mário Crespo

No dia em que se soube da censura do Jornal de Notícias a um artigo de opinião de Mário Crespo, fico-me pelas palavras inseridas a 15 de Janeiro de 2010 na revista "Tabu", do semanário "Sol".

Fusão de Modernices

Os fenómenos de moda quando são lançados têm, regra geral, uma campanha orquestrada por uns iluminados que vão desacreditando todos aqueles que não entram na onda. Para esses, os refractários são considerados uns parolos incapazes de perceber a modernidade. Pouco importa que passado pouco tempo essa moda esteja ultrapassada e que tais gurus já estejam noutra onda. Como é óbvio, na maioria dos casos, as tendências em voga têm tanta sustentabilidade como um edifício construído com farinha em vez de cimento.
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A televisão privada em Portugal quando foi lançada acompanhou as modas da época. O novo é que estava a dar. Os pivots eram tão jovens que ainda não tinham barba. Passe o exagero, a verdade é que jornalistas conceituados foram atirados para trás dos ecrãs apenas porque não tinham uma carinha laroca. Aos poucos a espuma foi desaparecendo e a verdade veio ao de cimo. Mário Crespo, o mais velho dos apresentadores em cena, goza hoje de uma reputação consentânea com a sua idade. Porque as modas acabam por cair no ridículo e o valor de quem o tem suscita reconhecimento.

Vítor Rainho, in “TABU”, revista do jornal “O SOL”, de 15/01/2010

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