sexta-feira, 13 de junho de 2008

Não à Europa federalista

Os políticos terão de uma vez por todas respeitar a democracia. Em três países onde se fez o Referendo à Europa, o "Não" ganhou. Depois da França e da Holanda foi hoje também a vez da Irlanda, que disse "Não" ao Tratado de Lisboa.

Se a maioria não concorda com uma Europa federalista, mas sim com uma Europa Económica, para quê insistir?

O caso português foi paradigmático. O Governo socialista, bem apoiado pela oposição social-democrata, aceitou, sem referendo, uma Europa dos Grandes. Eu não passei procuração a ninguém para decidir por mim sobre quem me deverá administrar. Nasci português e queria que os meus governantes fossem portugueses. Há razões históricas, concerteza, que vêm desde o tempo em que D. Afonso Henriques conquistou esta parcela à beira mar.

Esta singularidade portuguesa existe também noutros Estados europeus. A grande riqueza europeia está na diversidade de culturas (latina, nórdica, báltica, entre outras). A Europa vem desde o gelo até ao Mediterrâneo e desde os Urais até ao Atlântico. É um território vasto, rico em tradições, em cultura, em história.

Juntar tudo no mesmo saco e passar a considerar a Europa como um só Estado Federalista, tipo Estados Unidos da Europa é uma ideia simultaneamente peregrina, mas também bacoca.

É como se a Europa precisasse de se colocar a reboque do mundo e não o contrário. É um assumir claro da nossa dependência aos Estados Unidos da América e aos países asiáticos emergentes. É a criação de uma auto-defesa para combater um inimigo externo que passará a estar algures na Ásia, América ou quiçá, em África.

A Europa não precisa de se proteger. A Europa é o berço da civilização ocidental e ninguém ataca as suas próprias "raízes", pois corre o risco de "secar".

Não queremos uma Europa apenas dos "Grandes", como preconizam todos os acordos e tratados que pretendem federalizar o continente. Queremos uma Europa de todos. Com várias línguas e várias culturas.

Quando é que Durão Barroso e os "patrões" da nova Europa percebem isto? Quantos mais tratados vão ter de ser rejeitados? É só colocar a referendo e qualquer país votará contra o federalismo europeu como já o fizeram a França, Holanda e agora também a Irlanda.

1 comentário:

Anónimo disse...

Denota-se um grande sentimento de patriotismo (diria mesmo até exacerbado) nas tuas palavras.
Nascemos todos portugueses e simultaneamente europeus (condição sine qua non).
Para nós Afonso Henriques "conquistou" e é um herói e fundador da pátria hoje conhecida por Portugal.
Em Espanha, as referências aos seus feitos históricos e heroicos quase não existem ou não existem de todo. Talvez a existir, em Espanha, não passaria de um traidor do avÓ a quem furtou o condado. Bem, outras histórias...
Mas no mundo actual, sob a égide da globalização, os diferentes estados têm que saber sobretudo gerir a imprevisibilidade nos mais variados domínios e tal processo, no caso europeu pressupõe um projecto conjunto que, de tratado em tratado tem resultado num enfraquecimentos do(s) estado(s)-nação e identidade(s) nacionais.
Por meu lado, não me agrada a ideia deste enfraquecimento. consciente que cada vez mais o futuro de cada pais se joga pela congregação de esforços entre todos, penso que existirá forma de garantir a identidade de cada um. num mundo globalizado, a afirmação das diferenças é que garantirá a igualdade entre todos.