A RTP realizou nesta segunda-feira, nos Paços do Concelho de Lisboa, um debate televisivo que durou quase três horas, com os 12 candidatos à Câmara Municipal de Lisboa, nas Eleições Intercalares marcadas para domingo, dia 15 de Julho de 2007.
Moderado por Fátima Campos Ferreira,ao jeito do Prós e Contras. Os intervenientes nem sempre aceitaram as regras e foram invadindo o espaço dos adversários para exprimirem a sua discordância. A situação financeira da Câmara, a questão dos transportes, acessibilidades, estacionamento, o urbanismo e a requalificação da Baixa-Chiado foram os principais temas abordados. Seguem-se as ideias de cada candidato, seguidas de uma avaliação que fiz de cada um.
Manuel Monteiro (PND)
O Líder do Partido da Nova Democracia quer que a reabilitação urbana em Lisboa passe para a mão de privados que apostem na recuperação de casas. Manuel Monteiro propõe a criação de um “off-shore imobiliário” que isente quem fizer reabilitação de edifícios.
Muito crítico quanto às contas da Câmara acusou a autarquia de andar a pedir dinheiro emprestado à banca para pagar ordenados. “Não há dinheiro para papel higiénico”, ironizou.
Manuel Monteiro quer um papel mais activo dos privados porque “ou apostamos a sério ou não vamos a lado nenhum” e lembrou que “a EPUL faz concorrência desleal com construtores e serve apenas para premiar administradores, apesar de não haver dinheiro para os empregados”.
Criticou o CDS-PP por desresponsabilização no que se passa na Baixa-Chiado. “Sem a dinamização económica Lisboa não vai a lado nenhum”, admitiu, dando como exemplo o que se passou com o incêndio do Chiado.
Defendeu a extinção total das empresas municipais e a entrega a privados dos vários serviços.
AVALIAÇÃO: Acusado pela moderadora de falar alto, de facto não passou despercebido. Atacou o líder do PNR, do PCTP-MRPP e o candidato do CDS-PP, ao ponto de Fátima Campos Ferreira explicar aos espectadores de haver uma luta entre os pequenos partidos. Também não passou despercebida a interrupção que fez ao “amigo António”, leia-se António Costa. Perguntou a Carmona Rodrigues se queria aumentar o IMI e elogiou-o pela coragem desta proposta de aumento. Denunciou Carmona de gastar 1,9 milhões com acessores. Mostrou ideias coerentes e é um bom explicador, pecando apenas na sua obsessão por Paulo Portas, trazendo-o para o debate desnecessariamente. Gastou parte do minuto final a explicar porque saiu do CDS-PP mas esteve bem ao dizer que é candidato em nome de ideais (15 valores).
José Sá Fernandes (BE)
Corrupção deixou de ser o tema, estranhou o candidato do BE deixando claro que foram as suas intervenções que provocaram eleições intercalares. “Carmona Rodrigues chegou ao ponto de ter um cartaz a dizer ‘a verdade’”, ironizou.
100 000 pessoas vivem nos bairros sociais de Lisboa, ou seja, um quinto da população da cidade”, disse José Sá Fernandes dando exemplos de alguns bairros como Lóios e Amendoeiras.
“Casas vazias e poucas pessoas a viver cá”, foi assim que o candidato do BE caracterizou a Baixa-Chiado e disse que os jovens não vêm viver para a cidade devido aos preços, defendendo que em cada cinco casas, uma terá que ser habitada.
Defendeu uma grande rede de transportes públicos, nomeadamente de eléctricos. “Também deve haver um grande investimento no estacionamento”, defendeu o candidato lembrando que tem havido desinvestimento nos transportes públicos.
Quer a rentabilização do património da autarquia como forma de gerar receitas.
AVALIAÇÃO: Embora um pouco apagado, esteve ao seu nível de denunciador. Um verdadeiro opositor à Câmara. Não se deixou cair na tentação, que é visível na campanha, de falar mais com a emoção que com a razão. “Quem achar que eu não cumpri, não vote em mim”, terminou a sua intervenção (14 valores).
António Costa (PS)
Preferiu defender o seu número dois, o arquitecto Manuel Salgado. “Marques Mendes acusou-o e como não arranjou provas inverteu o problema”, disse o socialista.
O candidato espera que a nova Lei do Arrendamento dinamize a requalificação urbana e aguarda que o IMI estimule a habitação.
Após interpelação de Manuel Monteiro (PND), António Costa manteve o desejo de convidar Maria José Nogueira Pinto para liderar o projecto de requalificação da Baixa-Chiado e da Circular das Colinas “retirando-o do congelador”.
António Costa disse que o porto de Lisboa deve gerir a actividade portuária e tornar-se um porto competitivo, “mas não deve fazer aquilo que não sabe fazer, como indicar a Doca-Pescas para Centro de Congressos”.
AVALIAÇÃO: Acusou a Câmara de receber dinheiros do Governo para um determinado fim e dar-lhe outro. Foi confuso na questão do Fundo para financiar a Câmara. Defendeu a extinção da EMERLIS. Disse que o problema não era o dos 11 acessores de José Sá Fernandes. O último minuto foi a de um homem de Estado, revelando aquilo que não conseguiu durante o debate. Passou quase despercebido, mas pareceu que propositadamente, e nem precisou de defender o Governo onde esteve até há pouco tempo (13 valores).
Ruben de Carvalho (CDU)
Quer menos licenciamentos e defendeu a “Via Verde para a reabilitação”.
1.261 milhões de euros de passivo e 3.326 milhões de euros de activo não são razões para se dizer que a Câmara está falida, considerou. 26 milhões de dívidas a fornecedores em dívidas de curto prazo é que é, no seu entender, o problema. Disse que não há soluções milagrosas.
AVALIAÇÃO: Revelou ser conhecedor profundo da realidade lisboeta, mas mostrou-se muito embrenhado nos problemas não sendo esclarecedor nas soluções. O caso das finanças foi disso exemplo. Imagem muito pálida para um político até à questão financeira, altura em que se mostrou visivelmente irritado com a moderadora que o deixou dar duas soluções. Terminou deixando claro que segue a velha linha comunista abusando de palavras como “trabalho” e “competência” (12 valores).
Telmo Correia (CDS-PP)
“O dr. António Costa quer trazer o Governo para a Câmara e Fernando Negrão vem de Setúbal”, disse o candidato. Entre as três hipóteses possíveis para o novo aeroporto a única que não tem especulação imobiliária é a da Portela+1, defendeu Telmo Correia lembrando que “é a que António Costa afasta”. Defendeu “tolerância zero com o betão, enquanto a reabilitação não for feita”.
Telmo Correia quer vídeo-vigilância na Baixa porque é um meio de dissuasão e de prova e deu o exemplo de Paris.
AVALIAÇÃO: Demonstrou os seus dotes de orador, mas acusou a moderadora de não lhe dar tempo para abordar os transportes. Lembrou que Carmona Rodrigues age como se nunca tivesse estado na Câmara. Muito bom na abordagem do problema dos trabalhadores da autarquia. Muito bem na resposta a Manuel Monteiro (PND) lembrando que quando foi vereador da Câmara de Lisboa teve o seu apoio (12 valores).
José Pinto Coelho (PNR)
Começou por acusar Manuel Monteiro (PND) de ser “um homem do sistema” e lembrou que Lisboa expulsou nos últimos anos 300.000 habitantes da classe média, deixando apenas os muito ricos ou os muito pobres que vão recebendo a casa da Câmara Municipal. “É preciso apostar na Família”, disse, defendendo baixar tarifas da água e electricidade. “È no urbanismo onde há mais corrupção”, disse ainda o candidato do PNR.
Quanto à Baixa-Chiado, o líder do PNR referiu que “o projecto é megalómono e vai esventrar o centro da cidade. É preciso garantir a segurança e não é com a demagogia da vídeo-vigilância do CDS-PP, porque se for um encapuçado não resolve nada”.
Quer acabar com as empresas municipais “porque é preciso acabar com os tachos”.
AVALIAÇÃO: O líder do partido de extrema-direita esteve muito bem na defesa das suas posições. Queixou-se à moderadora de não lhe ter dada a palavra na questão dos transportes. Não se percebeu a intervenção final quando deu como exemplo a forma americana de construir uma cidade, bombardeando-a (12 valores).
Helena Roseta (Cidadãos por Lisboa)
Falou das 70 mil casas vazias prometendo apostar na Baixa-Chiado e na zona Ribeirinha como áreas a serem reabilitadas para a habitação.
Acusou os principais candidatos de não fazerem frente ao Governo quando Lisboa precisa de uma liderança forte. “Com o dinheiro do túnel do Marquês tínhamos feito muitas passagens”, lembrou referindo-se ao trânsito.
Falou do problema financeiro da Câmara “que está nas dívidas a curto prazo”.
Quer Lisboa uma cidade mais participada.
AVALIAÇÃO: Muito apagada, sempre falando em tom ameaçador e intimidatório para com Fátima Campos Ferreira que não teve pejo em cortar-lhe a palavra. Começou o debate lembrando que era a única mulher-candidata, querendo seduzir o eleitorado feminino lamentando não haver mais mulheres. Mais parecia uma candidata socialista a defender as quotas para as mulheres. Preocupou-se em saber como é que as pessoas iriam escolher o candidato e acusou a RTP de não lhe dar cobertura televisiva da sua candidatura. Muito bem ao dizer que a grande mais-valia da Câmara está nos recursos humanos, de 12.000 pessoas, mas soou a demagogia (11 valores).
Fernando Negrão (PSD)
Para o candidato social-democrata a prioridade deverá estar na reabilitação urbana, mas acredita que os novos licenciamentos sejam complementares. Reproduziu palavras de Manuel Carrilho contra o número dois da lista do PS.
“A maioria dos restaurantes ribeirinhos não têm uma rede de esgotos”, disse Fernando Negrão acusando a entidade portuária de Lisboa e lembrou que a Câmara não tem responsabilidade nesta matéria.
“É necessária a racionalização dos serviços”, disse, defendendo a extinção da GEBALIS.
Assumiu que quer liderar a Câmara de Lisboa e revelou ter um programa para “tornar Lisboa uma cidade mais competitiva”.
AVALIAÇÃO: Longe do esperado. Passou quase despercebido. Tentou mostrar que tem um programa e que quer governar a maior Câmara do país mas ficou-se quase sempre pela superficialidade. Afastou os partidos destas eleições, excepção feita para a parte inicial quando tocou no nome do número dois da lista socialista (11 valores).
Carmona Rodrigues (Independente)
Atacou Sá Fernandes porque apresentou 14 processos contra a Câmara de Lisboa e perdeu em todos. O candidato independente defendeu que “temos de acabar com julgamentos na Praça Pública” para dar credibilidade às instituições.
O PDM, datado de 1994, está desactualizado e “é mais fonte de problemas que de soluções”, disse ainda Carmona Rodrigues que informou que actualmente a autarquia gasta cerca de 30% na reabilitação urbana.
O candidato independente lembrou que o edifício dos Paços do Concelho só foi registado em 2002 como propriedade da Câmara Municipal, por usucapião.
O porto de Lisboa não deve gerir a área que não diga respeito à actividade portuária, defendeu o independente.
Considerou que Lisboa está pior que o Porto na questão dos transportes.
Defendeu no final uma sedimentação das suas medidas querendo transmitir a verdade.
AVALIAÇÃO: Deixou transparecer que estava alheio aos erros cometidos na cidade, como se nada tivesse a ver com o tempo em que liderou a autarquia. Desculpou-se com a Lei das Finanças Locais para explicar a dívida da Câmara. Queixou-se de que não tinha como controlar o número de acessores da Câmara. (10 valores).
Garcia Pereira (PCTP-MRPP)
“Que cidade queremos?” perguntou Garcia Pereira, defendendo que “nenhum problema estará resolvido sem essa perspectiva estratégica.
Falando em infra-estruturas como a ligação ferroviária à Europa, Aeroporto e Porto disse que “Lisboa é uma cidade adiada, vivendo a pior crise desde o terramoto de 1755”, quando devia ser uma grande capital europeia “e a especulação imobiliária é a responsável”.
O candidato do PCTP-MRPP quer uma nova Lei dos Solos que permita à Câmara tomar conta dos que estejam a ser alvo de especulação, tal como as 70.000 casas devolutas. “Lisboa precisa de uma terapia de choque”, concluiu.
O PS esteve no governo da Câmara de Lisboa e por isso também é responsável pelo estado em que está a Baixa-Chiado, disse o candidato do PCTP-MRPP.
“Na cidade de Lisboa quem deve mandar é a Câmara e o seu presidente”, disse acrescentando que “a administração do porto de Lisboa é uma empresa feudal sendo necessário um gabinete que projecte a construção do novo grande porto de Lisboa”.
“O aeroporto de Lisboa deverá ser um grande aeroporto internacional”, disse o candidato, mas não deixou clara a defesa da Portela+1.
“O voto num partido que tem estado no Governo dos últimos 30 anos é um voto perdido”, disse por fim.
AVALIAÇÃO: Muito confusa a intervenção sobre a situação financeira da Câmara. Acusou frontalmente Carmona de responsável pela situação. As intervenções estiveram ao seu nível. Pouco inflexível nas suas posições, defendeu acerrimamente uma esquerda ultrapassada e tornou uma eleição de partidos e não de pessoas (10 valores).
Pedro Quartin Graça (MPT)
O candidato do Movimento Partido da Terra quer a zona da frente-rio e as zonas verdes “interditadas de todas as obras volumosas” e acusou a Câmara de desconhecer o seu património.
Defendeu que a Câmara Municipal de Lisboa devia receber uma parte das receitas da Brisa resultantes das entradas na cidade.
Quer que Lisboa seja ressarcida pelos incómodos causados pelos estaleiros que provocam transtorno diário aos lisboetas e pelo estado em que o Terreiro do Paço se encontra.
AVALIAÇÃO: Tentou mostrar gráficos, como se isso mostrasse o seu conhecimento dos problemas. A imagem passou muito despercebida. A sua intervenção foi muito repetitiva (9 valores).
Gonçalo da Câmara Pereira (PPM)
Deu os parabéns à Câmara por ter acabado com os bairros de lata, criando mais de 70 bairros habitacionais. Considerou que “é preciso ter lata o eng. Carmona Rodrigues recandidatar-se”.
“Lisboa está deserta porque tiraram os serviços da Câmara e agora também querem tirar os serviços do Governo do Terreiro do Paço”, disse o candidato do PPM defendendo que é a falta de emprego que leva as pessoas a saírem da cidade.
“A minha candidatura é uma candidatura de indignação”, revelou no final.
AVALIAÇÃO: Quis deixar passar a imagem do bom-vivant monárquico mas não foi mais além. Demonstrou um discurso muito oco mas tomou posições apartidárias até à questão financeira. Disse que Lisboa não tem funcionários a mais e defendeu que a Câmara não está falida (7 valores).
O Líder do Partido da Nova Democracia quer que a reabilitação urbana em Lisboa passe para a mão de privados que apostem na recuperação de casas. Manuel Monteiro propõe a criação de um “off-shore imobiliário” que isente quem fizer reabilitação de edifícios.
Muito crítico quanto às contas da Câmara acusou a autarquia de andar a pedir dinheiro emprestado à banca para pagar ordenados. “Não há dinheiro para papel higiénico”, ironizou.
Manuel Monteiro quer um papel mais activo dos privados porque “ou apostamos a sério ou não vamos a lado nenhum” e lembrou que “a EPUL faz concorrência desleal com construtores e serve apenas para premiar administradores, apesar de não haver dinheiro para os empregados”.
Criticou o CDS-PP por desresponsabilização no que se passa na Baixa-Chiado. “Sem a dinamização económica Lisboa não vai a lado nenhum”, admitiu, dando como exemplo o que se passou com o incêndio do Chiado.
Defendeu a extinção total das empresas municipais e a entrega a privados dos vários serviços.
AVALIAÇÃO: Acusado pela moderadora de falar alto, de facto não passou despercebido. Atacou o líder do PNR, do PCTP-MRPP e o candidato do CDS-PP, ao ponto de Fátima Campos Ferreira explicar aos espectadores de haver uma luta entre os pequenos partidos. Também não passou despercebida a interrupção que fez ao “amigo António”, leia-se António Costa. Perguntou a Carmona Rodrigues se queria aumentar o IMI e elogiou-o pela coragem desta proposta de aumento. Denunciou Carmona de gastar 1,9 milhões com acessores. Mostrou ideias coerentes e é um bom explicador, pecando apenas na sua obsessão por Paulo Portas, trazendo-o para o debate desnecessariamente. Gastou parte do minuto final a explicar porque saiu do CDS-PP mas esteve bem ao dizer que é candidato em nome de ideais (15 valores).
José Sá Fernandes (BE)
Corrupção deixou de ser o tema, estranhou o candidato do BE deixando claro que foram as suas intervenções que provocaram eleições intercalares. “Carmona Rodrigues chegou ao ponto de ter um cartaz a dizer ‘a verdade’”, ironizou.
100 000 pessoas vivem nos bairros sociais de Lisboa, ou seja, um quinto da população da cidade”, disse José Sá Fernandes dando exemplos de alguns bairros como Lóios e Amendoeiras.
“Casas vazias e poucas pessoas a viver cá”, foi assim que o candidato do BE caracterizou a Baixa-Chiado e disse que os jovens não vêm viver para a cidade devido aos preços, defendendo que em cada cinco casas, uma terá que ser habitada.
Defendeu uma grande rede de transportes públicos, nomeadamente de eléctricos. “Também deve haver um grande investimento no estacionamento”, defendeu o candidato lembrando que tem havido desinvestimento nos transportes públicos.
Quer a rentabilização do património da autarquia como forma de gerar receitas.
AVALIAÇÃO: Embora um pouco apagado, esteve ao seu nível de denunciador. Um verdadeiro opositor à Câmara. Não se deixou cair na tentação, que é visível na campanha, de falar mais com a emoção que com a razão. “Quem achar que eu não cumpri, não vote em mim”, terminou a sua intervenção (14 valores).
António Costa (PS)
Preferiu defender o seu número dois, o arquitecto Manuel Salgado. “Marques Mendes acusou-o e como não arranjou provas inverteu o problema”, disse o socialista.
O candidato espera que a nova Lei do Arrendamento dinamize a requalificação urbana e aguarda que o IMI estimule a habitação.
Após interpelação de Manuel Monteiro (PND), António Costa manteve o desejo de convidar Maria José Nogueira Pinto para liderar o projecto de requalificação da Baixa-Chiado e da Circular das Colinas “retirando-o do congelador”.
António Costa disse que o porto de Lisboa deve gerir a actividade portuária e tornar-se um porto competitivo, “mas não deve fazer aquilo que não sabe fazer, como indicar a Doca-Pescas para Centro de Congressos”.
AVALIAÇÃO: Acusou a Câmara de receber dinheiros do Governo para um determinado fim e dar-lhe outro. Foi confuso na questão do Fundo para financiar a Câmara. Defendeu a extinção da EMERLIS. Disse que o problema não era o dos 11 acessores de José Sá Fernandes. O último minuto foi a de um homem de Estado, revelando aquilo que não conseguiu durante o debate. Passou quase despercebido, mas pareceu que propositadamente, e nem precisou de defender o Governo onde esteve até há pouco tempo (13 valores).
Ruben de Carvalho (CDU)
Quer menos licenciamentos e defendeu a “Via Verde para a reabilitação”.
1.261 milhões de euros de passivo e 3.326 milhões de euros de activo não são razões para se dizer que a Câmara está falida, considerou. 26 milhões de dívidas a fornecedores em dívidas de curto prazo é que é, no seu entender, o problema. Disse que não há soluções milagrosas.
AVALIAÇÃO: Revelou ser conhecedor profundo da realidade lisboeta, mas mostrou-se muito embrenhado nos problemas não sendo esclarecedor nas soluções. O caso das finanças foi disso exemplo. Imagem muito pálida para um político até à questão financeira, altura em que se mostrou visivelmente irritado com a moderadora que o deixou dar duas soluções. Terminou deixando claro que segue a velha linha comunista abusando de palavras como “trabalho” e “competência” (12 valores).
Telmo Correia (CDS-PP)
“O dr. António Costa quer trazer o Governo para a Câmara e Fernando Negrão vem de Setúbal”, disse o candidato. Entre as três hipóteses possíveis para o novo aeroporto a única que não tem especulação imobiliária é a da Portela+1, defendeu Telmo Correia lembrando que “é a que António Costa afasta”. Defendeu “tolerância zero com o betão, enquanto a reabilitação não for feita”.
Telmo Correia quer vídeo-vigilância na Baixa porque é um meio de dissuasão e de prova e deu o exemplo de Paris.
AVALIAÇÃO: Demonstrou os seus dotes de orador, mas acusou a moderadora de não lhe dar tempo para abordar os transportes. Lembrou que Carmona Rodrigues age como se nunca tivesse estado na Câmara. Muito bom na abordagem do problema dos trabalhadores da autarquia. Muito bem na resposta a Manuel Monteiro (PND) lembrando que quando foi vereador da Câmara de Lisboa teve o seu apoio (12 valores).
José Pinto Coelho (PNR)
Começou por acusar Manuel Monteiro (PND) de ser “um homem do sistema” e lembrou que Lisboa expulsou nos últimos anos 300.000 habitantes da classe média, deixando apenas os muito ricos ou os muito pobres que vão recebendo a casa da Câmara Municipal. “É preciso apostar na Família”, disse, defendendo baixar tarifas da água e electricidade. “È no urbanismo onde há mais corrupção”, disse ainda o candidato do PNR.
Quanto à Baixa-Chiado, o líder do PNR referiu que “o projecto é megalómono e vai esventrar o centro da cidade. É preciso garantir a segurança e não é com a demagogia da vídeo-vigilância do CDS-PP, porque se for um encapuçado não resolve nada”.
Quer acabar com as empresas municipais “porque é preciso acabar com os tachos”.
AVALIAÇÃO: O líder do partido de extrema-direita esteve muito bem na defesa das suas posições. Queixou-se à moderadora de não lhe ter dada a palavra na questão dos transportes. Não se percebeu a intervenção final quando deu como exemplo a forma americana de construir uma cidade, bombardeando-a (12 valores).
Helena Roseta (Cidadãos por Lisboa)
Falou das 70 mil casas vazias prometendo apostar na Baixa-Chiado e na zona Ribeirinha como áreas a serem reabilitadas para a habitação.
Acusou os principais candidatos de não fazerem frente ao Governo quando Lisboa precisa de uma liderança forte. “Com o dinheiro do túnel do Marquês tínhamos feito muitas passagens”, lembrou referindo-se ao trânsito.
Falou do problema financeiro da Câmara “que está nas dívidas a curto prazo”.
Quer Lisboa uma cidade mais participada.
AVALIAÇÃO: Muito apagada, sempre falando em tom ameaçador e intimidatório para com Fátima Campos Ferreira que não teve pejo em cortar-lhe a palavra. Começou o debate lembrando que era a única mulher-candidata, querendo seduzir o eleitorado feminino lamentando não haver mais mulheres. Mais parecia uma candidata socialista a defender as quotas para as mulheres. Preocupou-se em saber como é que as pessoas iriam escolher o candidato e acusou a RTP de não lhe dar cobertura televisiva da sua candidatura. Muito bem ao dizer que a grande mais-valia da Câmara está nos recursos humanos, de 12.000 pessoas, mas soou a demagogia (11 valores).
Fernando Negrão (PSD)
Para o candidato social-democrata a prioridade deverá estar na reabilitação urbana, mas acredita que os novos licenciamentos sejam complementares. Reproduziu palavras de Manuel Carrilho contra o número dois da lista do PS.
“A maioria dos restaurantes ribeirinhos não têm uma rede de esgotos”, disse Fernando Negrão acusando a entidade portuária de Lisboa e lembrou que a Câmara não tem responsabilidade nesta matéria.
“É necessária a racionalização dos serviços”, disse, defendendo a extinção da GEBALIS.
Assumiu que quer liderar a Câmara de Lisboa e revelou ter um programa para “tornar Lisboa uma cidade mais competitiva”.
AVALIAÇÃO: Longe do esperado. Passou quase despercebido. Tentou mostrar que tem um programa e que quer governar a maior Câmara do país mas ficou-se quase sempre pela superficialidade. Afastou os partidos destas eleições, excepção feita para a parte inicial quando tocou no nome do número dois da lista socialista (11 valores).
Carmona Rodrigues (Independente)
Atacou Sá Fernandes porque apresentou 14 processos contra a Câmara de Lisboa e perdeu em todos. O candidato independente defendeu que “temos de acabar com julgamentos na Praça Pública” para dar credibilidade às instituições.
O PDM, datado de 1994, está desactualizado e “é mais fonte de problemas que de soluções”, disse ainda Carmona Rodrigues que informou que actualmente a autarquia gasta cerca de 30% na reabilitação urbana.
O candidato independente lembrou que o edifício dos Paços do Concelho só foi registado em 2002 como propriedade da Câmara Municipal, por usucapião.
O porto de Lisboa não deve gerir a área que não diga respeito à actividade portuária, defendeu o independente.
Considerou que Lisboa está pior que o Porto na questão dos transportes.
Defendeu no final uma sedimentação das suas medidas querendo transmitir a verdade.
AVALIAÇÃO: Deixou transparecer que estava alheio aos erros cometidos na cidade, como se nada tivesse a ver com o tempo em que liderou a autarquia. Desculpou-se com a Lei das Finanças Locais para explicar a dívida da Câmara. Queixou-se de que não tinha como controlar o número de acessores da Câmara. (10 valores).
Garcia Pereira (PCTP-MRPP)
“Que cidade queremos?” perguntou Garcia Pereira, defendendo que “nenhum problema estará resolvido sem essa perspectiva estratégica.
Falando em infra-estruturas como a ligação ferroviária à Europa, Aeroporto e Porto disse que “Lisboa é uma cidade adiada, vivendo a pior crise desde o terramoto de 1755”, quando devia ser uma grande capital europeia “e a especulação imobiliária é a responsável”.
O candidato do PCTP-MRPP quer uma nova Lei dos Solos que permita à Câmara tomar conta dos que estejam a ser alvo de especulação, tal como as 70.000 casas devolutas. “Lisboa precisa de uma terapia de choque”, concluiu.
O PS esteve no governo da Câmara de Lisboa e por isso também é responsável pelo estado em que está a Baixa-Chiado, disse o candidato do PCTP-MRPP.
“Na cidade de Lisboa quem deve mandar é a Câmara e o seu presidente”, disse acrescentando que “a administração do porto de Lisboa é uma empresa feudal sendo necessário um gabinete que projecte a construção do novo grande porto de Lisboa”.
“O aeroporto de Lisboa deverá ser um grande aeroporto internacional”, disse o candidato, mas não deixou clara a defesa da Portela+1.
“O voto num partido que tem estado no Governo dos últimos 30 anos é um voto perdido”, disse por fim.
AVALIAÇÃO: Muito confusa a intervenção sobre a situação financeira da Câmara. Acusou frontalmente Carmona de responsável pela situação. As intervenções estiveram ao seu nível. Pouco inflexível nas suas posições, defendeu acerrimamente uma esquerda ultrapassada e tornou uma eleição de partidos e não de pessoas (10 valores).
Pedro Quartin Graça (MPT)
O candidato do Movimento Partido da Terra quer a zona da frente-rio e as zonas verdes “interditadas de todas as obras volumosas” e acusou a Câmara de desconhecer o seu património.
Defendeu que a Câmara Municipal de Lisboa devia receber uma parte das receitas da Brisa resultantes das entradas na cidade.
Quer que Lisboa seja ressarcida pelos incómodos causados pelos estaleiros que provocam transtorno diário aos lisboetas e pelo estado em que o Terreiro do Paço se encontra.
AVALIAÇÃO: Tentou mostrar gráficos, como se isso mostrasse o seu conhecimento dos problemas. A imagem passou muito despercebida. A sua intervenção foi muito repetitiva (9 valores).
Gonçalo da Câmara Pereira (PPM)
Deu os parabéns à Câmara por ter acabado com os bairros de lata, criando mais de 70 bairros habitacionais. Considerou que “é preciso ter lata o eng. Carmona Rodrigues recandidatar-se”.
“Lisboa está deserta porque tiraram os serviços da Câmara e agora também querem tirar os serviços do Governo do Terreiro do Paço”, disse o candidato do PPM defendendo que é a falta de emprego que leva as pessoas a saírem da cidade.
“A minha candidatura é uma candidatura de indignação”, revelou no final.
AVALIAÇÃO: Quis deixar passar a imagem do bom-vivant monárquico mas não foi mais além. Demonstrou um discurso muito oco mas tomou posições apartidárias até à questão financeira. Disse que Lisboa não tem funcionários a mais e defendeu que a Câmara não está falida (7 valores).
1 comentário:
muito bem.só axo que o Goncalo devia ter ainda menos,emtodas as vezes que abriu a boca só disse.."nada".
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