Primeiro foi o encerramento das minas do Braçal, após a 2ª. Guerra Mundial, que lançou milhares de severenses por todo o mundo, durante várias décadas. No início da década de 80, no secúlo XX, foi a vez das Massas Vouga, em Paradela do Vouga, remeter centenas de pessoas para o desemprego. Nos finais da mesma década foi a empresa Severo de Carvalho que também contribuiu.
E agora? Agora não fossem grandes empresas como a Martifer, A. Silva Matos ou Seveme e lá estaríamos nós novamente a lamentar-nos. A morte desta unidade fabril também há muito que era referida...
O fecho da unidade fabril da Lactogal de Sanfins é como que a derrocada final da nossa agricultura tradicional. Há muito que os agricultores, e sobretudo os produtores de leite, passaram a ser minoritários. Primeiro receberam dinheiro para comprarem ordenhas mecânicas, depois receberam dinheiro para venderem a quota leiteira.
O resultado foi que não só vendemos as "hortaliças", como também a própria "horta" que nos alimentava. E o resultado está à vista. Mas as razões da deslocalização não se ficam por aqui. As acessibilidades também contam. A política errada das Estradas de Portugal em lançar o IC35 para Ocidente do concelho de Sever do Vouga vai dar razão à Lactogal em transferir a fábrica de Sanfins para Oliveira de Azeméis, onde espera investir 50 milhões de euros.
O famoso queijo Gresso, líder incontestado nos flamengos, pela sua qualidade, foi canibalizado pelas outras marcas da Lactogal. Uma estratégia economicamente acertada se tivermos em conta que o objectivo era acabar com a unidade de produção de Sanfins. Mas a concorrência apercebeu-se desta oportunidade e a Lactogal perdeu a liderança.
Os flamengos mais vendidos em Portugal são actualmente o Limiano (com uma quota de mercado de 23%) e o Terra Nostra (18%), duas marcas dos franceses da Bel que se preparam para investir 23 milhões de euros numa nova fábrica na Ribeira Grande (Açores). O flamengo mais vendido pela Lactogal é agora o Agros, com uma quota que ronda os 13%. E o Gresso onde estaria se existisse em mais quantidade no mercado? Resultado: a Bel detém 50% da quota do mercado, enquanto a Lactogal se fica pelos 25%.
Os portugueses comeram em média 6,2 quilos de queijo, em 2006. Três vezes menos que os italianos. Mas a maioria dos queijos que comemos são importados ou produzidos por estrangeiros quando tínhamos o melhor queijo!!! Há aqui qualquer coisa que me escapa... Será que o queijo estrangeiro nos fez esquecer de alguma coisa?
1 comentário:
PODERÁ SER UMA SOLUÇÕA PARA O PROBLEMA, EMBORA POUCO PROVAVEL.
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