quinta-feira, 29 de maio de 2008

Eleições no PSD

Observador atento da política nacional, teria de, obrigatoriamente tecer o meu comentário sobre as eleições no PSD que se realizam este fim-de-semana.

Já não faço parte deste partido (ao qual pertenci durante 12 anos) mas admito que desde que Luís Filipe Menezes se demitiu e se foram perfilando os candidatos, já mudei o meu sentido de voto.

Inicialmente inclinava-me para Pedro Passos Coelho. O jovem candidato desiludiu-me no debate televisivo da TVI. Defendeu as ideias de Manuela Ferreira Leite (a senhora "estadista" ou "dama-de-ferro à portuguesa") quando assumiu o fim do Serviço Nacional de Saúde tendencialmente gratuito.

Durante a campanha nunca soube fazer a diferença e, como tal, fosse eu "laranja" e o Pedro Passos Coelho não levaria o meu voto.

Pelo contrário, Santana Lopes perfilou-se, a meu ver, o único capaz de derrotar a "mulher do aparelho" e desceu "às bases" para contar espingardas.

A avaliar pela sondagem da TVI, Manuela Ferreira Leite será eleita líder dos sociais-democratas, somando tantos votos como os dois Pedros juntos. Mas estas coisas são muito incertas.

Nunca vi o Ribau Esteves (PCM Ílhavo) perder uma eleição. Disse-lhe isto à porta do Restaurante Cortiço, em Sever do Vouga, quando ele derrotou Hermínio Loureiro na primeira vez que se candidatou a líder da distrital aveirense do PSD. Esperei com expectativa qual a posição que iria tomar, após ter insistido (demasiadamente, a meu ver) pela recandidatura do demissionário colega autárquico de Gaia.

Tanto quanto sei, Ribau apoiará Santana. E faz todo o sentido. As "bases" é que contam. Restará saber se o partido vai querer uma repetição do último acto eleitoral (Sócrates vs. Santana) ou colocar uma mulher a liderar o partido. Aposto que mais uma vez Ribau optou pelo cavalo certo.

Santana tem o estilo de Sá Carneiro, tem o importante apoio do PSD-Madeira, é parlamentar, vai cobrar as promessas que Sócrates fez (e não cumpriu) e defende as classes mais baixas. A forma como aborda o Sistema Nacional de Saúde é disso exemplo. Por último vai provar que pode chegar a Primeiro-Ministro pela via das eleições, dando uma "chapada de luva branca" a Jorge Sampaio que inexplicavelmente (ou para fazer o frete ao PS) o demitiu do mais alto cargo governativo português. As contas com o passado podem fazer-se em menos de um ano e o último a rir...

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