Os meus companheiros de viagem não têm este problema, porque nem sabem que ele existe: nem o contentor, nem o problema. É perfeitamente natural jogar pela janela fora todo o lixo produzido. É, aliás, de bom-tom. O que faz esse branco aí com o lixo? Guarda-o? Mas é um porco, onde já se viu viajar com o lixo. Ainda nos pega alguma doença, com toda essa imundíce a apodrecer dentro desse saco plástico aos seus pés. Um passageiro mais compreensivo assume que eu estou apenas distraído, e com a melhor das intenções aponta-me a janela. Agarra no meu saco e, depois de me mostrar que o segura com ar de nojo, joga-o por fim pela janela fora com um sorriso severo".
Esta passagem deste livro que acabei hoje de ler, revela o choque de culturas: a Europeia e a Africana.
Este livro delicioso relata uma viagem de alguns meses que um jornalista do Expresso, natural da Figueira da Foz, fez entre África do Sul e Marrocos. Por terra e água. Por ar não, porque "voar sobre África não é viajar por África".
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