Há algum tempo que não comprava o Sol, um excelente jornal semanário que Portugal ganhou e que nasceu no mesmo dia que eu - 16 de Setembro. Este sábado fi-lo novamente após ter sabido já ontem, (isto na política sabe-se tudo de véspera), que hoje viria um artigo sobre o meu partido (PND).
Mas não é sobre isso que pretendo falar neste artigo. É sobre outro partido, no qual militei 12 anos (1993-2004), o PSD. Sempre admirei Luís Filipe Menezes, desde que em pleno congresso social-democrata (1995) soube enfrentar os interesses "sulistas, elitistas e liberais". Falou para as bases e para o partido popular que Sá Carneiro criou, num período pós-cavaquista.
Nas recentes directas do PSD, o autarca de Gaia colheu os dividendos e foi fiel depositário das esperanças nos actuais descontentes do partido e mesmo do país.
Voltando ao "Sol" deste sábado, José António Saraiva faz já a profecia da desgraça de Menezes. E dou-lhe razão, embora com argumentos contrários aos que utilizou no seu editorial.
De facto Menezes criou a ideia que tudo iria mudar no partido, que o PSD ia ser varrido com o sopro da renovação. Eu também esperava que o partido surgisse totalmente expurgado dos "senadores" e dos "elitistas" e voltasse ao partido popular de Sá Carneiro, ou pelo menos ao de Cavaco Silva. Mas não! Repetiram-se muito nomes que estão gastos. E não me refiro a Santana Lopes...
O mais grave é que não precisava. Menezes só tem de se virar para as bases, para aqueles portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza e que os números divulgados há tão pouco tempo assustaram (2 milhões vivem com menos de 1 euro por dia). Menezes tem de se virar para os 400 mil desempregados e os empregados em situação precária. Menezes tem de se voltar também para as empresas e fazer para que os nossos impostos as tornem competitivas e geradoras de riqueza. Não se compreende como pode Portugal comportar um IVA superior em 5% ao espanhol. Perde-se competitividade. Menezes deverá voltar-se também para as autarquias, sobretudo aquelas que querem fazer obra e não têm com quê.
Eu acredito que Menezes sabe fazer tudo isto... e muito bem. Ele é autarca e fez um excelente trabalho em Gaia. Poderá também fazê-lo no país. Mas tem de se basear nos seus instintos e deixar de ser formatado pelos barões ou "senadores". Deverá contratar rapidamente um assessor de imagem que a primeira coisa que lhe dirá será para subir o tom do discurso. Precisa de empolgar a voz. Dá a impressão que está com medo de falar...
O PSD está bem representado na Direcção Nacional (Ribau Esteves, Jorge Tadeu ou Luís Montenegro, para apenas citar três aveirenses, provam-no). Esta juventude que o acompanha vale muito mais que os saudosistas do partido. Portugal está de olhos em Menezes mas com a defesa de uma nova Constituição, defendendo a manutenção da carga fiscal ou evitando o Referendo Europeu, Menezes rapidamente deixará cair o seu Estado de Graça.
Ripostando José António Saraiva discordo que Menezes algum dia quisesse Manuela Ferreira Leite. A estratégia foi exactamente contrária. Convidou-a para mostrar ao partido que se a união não era feita, não era por causa dele... O convite a Santana também não foi inocente. Saraiva está errado. Menezes queria-o activo no partido. Ele poderá ajustar contas com os opositores de Menezes no Sul e deixará de ter críticas que quer arrastar o PSD para o Porto.
Amanhã, ou aliás, logo mais, vamos ouvir o que Marcelo diz na sua habitual "homilia", muito longe do que já foi.
Mas não é sobre isso que pretendo falar neste artigo. É sobre outro partido, no qual militei 12 anos (1993-2004), o PSD. Sempre admirei Luís Filipe Menezes, desde que em pleno congresso social-democrata (1995) soube enfrentar os interesses "sulistas, elitistas e liberais". Falou para as bases e para o partido popular que Sá Carneiro criou, num período pós-cavaquista.
Nas recentes directas do PSD, o autarca de Gaia colheu os dividendos e foi fiel depositário das esperanças nos actuais descontentes do partido e mesmo do país.
Voltando ao "Sol" deste sábado, José António Saraiva faz já a profecia da desgraça de Menezes. E dou-lhe razão, embora com argumentos contrários aos que utilizou no seu editorial.
De facto Menezes criou a ideia que tudo iria mudar no partido, que o PSD ia ser varrido com o sopro da renovação. Eu também esperava que o partido surgisse totalmente expurgado dos "senadores" e dos "elitistas" e voltasse ao partido popular de Sá Carneiro, ou pelo menos ao de Cavaco Silva. Mas não! Repetiram-se muito nomes que estão gastos. E não me refiro a Santana Lopes...
O mais grave é que não precisava. Menezes só tem de se virar para as bases, para aqueles portugueses que vivem abaixo do limiar da pobreza e que os números divulgados há tão pouco tempo assustaram (2 milhões vivem com menos de 1 euro por dia). Menezes tem de se virar para os 400 mil desempregados e os empregados em situação precária. Menezes tem de se voltar também para as empresas e fazer para que os nossos impostos as tornem competitivas e geradoras de riqueza. Não se compreende como pode Portugal comportar um IVA superior em 5% ao espanhol. Perde-se competitividade. Menezes deverá voltar-se também para as autarquias, sobretudo aquelas que querem fazer obra e não têm com quê.
Eu acredito que Menezes sabe fazer tudo isto... e muito bem. Ele é autarca e fez um excelente trabalho em Gaia. Poderá também fazê-lo no país. Mas tem de se basear nos seus instintos e deixar de ser formatado pelos barões ou "senadores". Deverá contratar rapidamente um assessor de imagem que a primeira coisa que lhe dirá será para subir o tom do discurso. Precisa de empolgar a voz. Dá a impressão que está com medo de falar...
O PSD está bem representado na Direcção Nacional (Ribau Esteves, Jorge Tadeu ou Luís Montenegro, para apenas citar três aveirenses, provam-no). Esta juventude que o acompanha vale muito mais que os saudosistas do partido. Portugal está de olhos em Menezes mas com a defesa de uma nova Constituição, defendendo a manutenção da carga fiscal ou evitando o Referendo Europeu, Menezes rapidamente deixará cair o seu Estado de Graça.
Ripostando José António Saraiva discordo que Menezes algum dia quisesse Manuela Ferreira Leite. A estratégia foi exactamente contrária. Convidou-a para mostrar ao partido que se a união não era feita, não era por causa dele... O convite a Santana também não foi inocente. Saraiva está errado. Menezes queria-o activo no partido. Ele poderá ajustar contas com os opositores de Menezes no Sul e deixará de ter críticas que quer arrastar o PSD para o Porto.
Amanhã, ou aliás, logo mais, vamos ouvir o que Marcelo diz na sua habitual "homilia", muito longe do que já foi.
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