sábado, 4 de agosto de 2007

Keane encerraram digressão mundial no Porto



Ontem à noite (dia 3 de Agosto) assisti ao espectáculo dos Keane, o último da digressão mundial da banda britânica na apresentação do seu segundo álbum "Under The Iron Sea" que, apesar de ser já de 2006, só o comprei há meia dúzia de meses. É duplo platina.
Foi a segunda vez que assisti a um espectáculo no Queimódromo do Parque da Cidade do Porto. Um local idêntico ao Parque da Canção, em Coimbra, com lotação para receber 10.000 pessoas. A primeira tinha sido a 9 de Maio, quando assisti ao espectáculo de Rui Veloso e os "The Gift", integrado na Queima do Porto. Foi o primeiro concerto organizado pela Porto Lazer Empresa Municipal nesse local, com capacidade para receber 10 mil pessoas.
Ontem não estariam tantas a ver a banda de que tanto gosto, mas o preço dos bilhetes (25 euros) e a enorme quantidade de outros espectáculos pelo país (Andanças-São Pedro do Sul ou Sudoeste-Zambujeira do Mar são disso exemplos) podem justificar. Apesar disso, o recinto estava bem composto.
É difícil dizer quais foram os temas que mais gostei porque eu gosto de quase todos os temas desta banda que começou por dar concertos em pubs ingleses quando os Keane ainda eram os Lotus Eaters e tocavam versões dos Beatles, U2 e Oasis.
«Crystal Ball», «Is It Any Wonder?», «Nothing In My Way», «A Bad Dream», «Somewhere Only We Know», «Everybody’s Changing», «This is The Last Time» ou «Bedshapped», entre outros, foram temas que animaram os presentes.
Foi a segunda vez que os Keane estiveram em Portugal depois de no ano passado terem marcado presença no Super Bock Super Rock.
Com dois álbuns de enorme sucesso – «Hopes and Fears» (2004) e Under The Iron Sea» (2006) –, os Keane granjearam fama e alcançaram, com ambos, o primeiro lugar do top inglês. Na forja está já o terceiro disco de originais, provavelmente com edição para o Natal. Depois dos problemas de droga e álcool do vocalista Tom Chaplin, que o levaram no Outono passado até uma clínica de desintoxicação, os Keane integram ainda Tim Rice-Oxley (teclista e compositor) e Richard Hughes (baterista).
O elevado potencial melódico das canções de Tim Rice-Oxley, Tom Chaplin e Richard Hughes, gerado a partir de voz, som de piano e bateria e sem guitarras, garantiram à banda cinco prémios. Há três características que garantem a personalidade dos Keane: a voz, quase sempre em falsete, de Tom Chaplin; o piano como elemento condutor dos temas e a ausência de guitarra eléctrica; e a partilha de créditos de composição, quando apenas existe um compositor activo.
A entrada de Chaplin para a banda, em 1997, não veio apenas substituir Tim Rice-Oxley na voz principal, mas precipitar outras mudanças no projecto, como o seu próprio nome. Os Lotus Eaters passaram assim a Cherry Keane, em homenagem a uma amiga da mãe de Chaplin que havia falecido com cancro e deixado algum dinheiro à família, património que o vocalista usou na sua carreira musical. Mais tarde, o nome da banda foi abreviado para Keane.
Nos primeiros textos escritos na imprensa mundial sobre os Keane, acabou por gerar-se uma expressão rápida para os demarcar do restante panorama pop "A banda sem guitarras". A verdade é que os Keane chegaram a ter um guitarrista, Dominic Scott, que foi até um dos fundadores da banda, em 1995, mas que acabaria por abandoná-la, seis anos depois.
Juntamente com Rice-Oxley, Scott assumia o papel da composição, mas cansou-se do êxito dos Keane, circunscrito ao circuito de clubes em que tocavam e onde vendiam singles, hoje considerados raridades."Call me what you like", o primeiro single, teve 500 cópias editadas pela própria banda, com a etiqueta Zoomorphic, em 1999. Dois anos depois, o segundo single, "Wolf at the door" teve apenas 50 cópias caseiras em CD-R. Um destes exemplares já foi arrebatado no e-Bay por uma quantia muito superior à do preço original.
A escolha do piano como instrumento condutor do projecto - ou melhor, teclados com efeitos de delay e distorção no som de piano - foi, por um lado, uma forma de, segundo os músicos, alterar a ideia aborrecida que muita gente tem da música com piano no meio e, por outro, de arranjar uma sombra que, só há pouco tempo, começou a diluir-se.
Fosse para comparar a dimensão de um sucesso que parecia provável, fosse para os limitar a meros copiadores de fórmulas, os Keane sempre leram o seu nome colado ao dos Coldplay. Mas, o que menos gente saberá, é que Chris Martin convidou Tim Rice-Oxley para integrar a sua banda depois de o ver actuar em 1997. O convite foi declinado. Com a saída de Scott, Rice-Oxley passou também a ser o principal compositor da banda.

NEGATIVO: Aspectos negativos neste concerto foram quanto a mim a pouca divulgação e a exorbitância para estacionar um carro no parque fechado próprio para este concerto (3 euros). As poucas barracas de venda de bebidas e a ausência de informação dos locais onde se podiam comprar as senhas de pré-pagamento.

POSITIVO: A venda por parte do El Corte Inglés na entrada do Queimódromo a preços reduzidos (menos de 10 euros) dos dois albúns dos Keane e dos EZ Special (banda que fez a primeira parte). A grande quantidade de casas de banho (em Coimbra nunca há uma disponível).

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